segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Direito de Sentir

Artigo publicado no Sapo Lifestyle>Astral em http://lifestyle.sapo.pt/astral/espiritualidade/artigos/o-direito-de-sentir

 

O DIREITO DE SENTIR


O que sentimos é sempre válido, mesmo não tendo lógica, nem explicação. “Sentir” é um direito fundamental de todo o ser humano. Mas o respeito por esse direito - a nossa verdade emocional - tem de começar dentro de nós.


Sentimentos de alegria ou tristeza, de amor ou de ódio, de dor ou de prazer, são sempre um reflexo de algo que existe dentro de nós. Frequentemente tentamos esconder, abafar e compensar o que sentimos, e sofremos com isso… porque não admitimos a nós próprios os nossos sentimentos. Só reconhecendo-os internamente podemos trabalhá-los – sobretudo os que nos causam sofrimento – e aprender com eles.
Quando conhecemos alguém pela primeira vez, e sentimos uma ligação especial a essa pessoa, o que nos fica na memória não são geralmente temas das conversas ou pontos de vista. O que nos fica dessa pessoa é uma perceção baseada no que sentimos quando estivemos junto dela. Seja um olhar, um toque de mãos ou um carinho, o que a nossa memória retém são gestos e momentos, e o que nos fizeram sentir. Sentir é inevitável, e ainda bem, mesmo quando o sentimento é menos agradável.
Além de inevitáveis, os sentimentos não são comparáveis. O que nos dá alegria, ou nos provoca tristeza, é sempre válido e verdadeiro. Temos o direito a senti-lo, independentemente do que outros pensam a respeito. Somos diferentes, e aquilo que para uns é fácil, divertido e traz uma imensa alegria, para outros pode gerar pânico e ser profundamente perturbador. E essas são diferenças que precisamos de respeitar.
Não sabemos por que experiências as outras pessoas passaram na vida, e mesmo se soubermos, não sabemos como elas se sentiram ao vivê-las, nem como se sentem ainda. Por isso, criticar uma pessoa pelo que ela sente - ou não sente - revela insensibilidade, incapacidade de respeitar as suas características e direitos essenciais, e falta de humildade, porque presumimos saber o que é estar no lugar do outro e como o outro deveria sentir-se. Quando dizemos a alguém “sei o que estás a sentir”, estamos a tentar colocar-nos no lugar do outro, mas na realidade isso não é possível.
Além disso, quando não validamos o que outros sentem, dependendo do estado de fragilidade ou vulnerabilidade em que estes se encontram, podemos contribuir para aumentar o seu sofrimento e ainda concorrer para que o seu desequilíbrio psico-emocional. No fundo, é dizer-lhes que não têm direito de sentir o que sentem tão profundamente dentro de si, que não conseguem sentir de outra forma.
Há quem goste de ter motivos para se queixar, mas ninguém escolhe ficar triste, só porque sim. Dependendo do caso, a emoção pode ser trabalhada para que de futuro, numa situação semelhante, a perspectiva sobre ela seja diferente, e esse sentimento não regresse com a mesma intensidade. Mas no momento em que o sentimos, não há como estalar os dedos e deixar de sentir. Se racionalizar sobre o que sentimos fosse suficiente, não existiria sofrimento.
Ao tentarmos ajudar alguém a sentir-se melhor, é importante ter em conta que há um meio caminho possível entre o “excesso” de compreensão e o descaso pela verdade emocional da outra pessoa. Tentar ajudar alguém transformando-o em “coitadinho”, e demonizando outros, retira-lhe a responsabilidade de decidir o próprio caminho e até o poder de controlar o que sente, o que é claramente prejudicial e só reforça a tendência à vitimização. No extremo oposto, dizer a alguém que não devia estar a sofrer porque quem lhe provocou a dor que sente é tão infame que nem merece que sofram por sua causa, é igualmente prejudicial e inútil. Em ambas as situações, quem está a sofrer sentir-se-á pior ainda, porque ambas provocam uma sensação de impotência: no primeiro caso por “culpa” de outros, no segundo por culpa do próprio.
A questão de não devermos sofrer por alguém não faz sequer sentido. Não sofremos ou deixamos de sofrer por dever. Também não sentimos algo por merecimento ou falta dele, nem deixamos de o sentir pelo mesmo motivo. Sofremos porque estamos em crescimento, e as experiências que temos exteriormente reflectem algo no nosso interior que precisa de ser trabalhado. Quem desperta em nós um sentimento, só o desperta, não tem nada a ver com o que sentimos. O que sentimos é nosso apenas.
O lado positivo é que, se o que sentimos é nosso, só nós temos o poder de alterá-lo e não precisamos de outros para isso. Por vezes achamos que uma conversa nos ajudaria a compreender e aceitar uma experiência do passado, o porquê de alguém nos ter feito sofrer. Mas nem sempre essa pessoa está disposta a isso, e mesmo que esteja, aquilo que ela pode ter para nos dizer não é decerto aquilo que queremos ouvir. Se fosse… o passado teria sido diferente.
Continuar a achar que ainda precisamos dessa conversa que nunca chegámos a ter, só vai aumentar a nossa dependência em relação a quem despertou esse sofrimento em nós, e vai fazer com que o nosso foco continue no outro, em vez de estar em nós. Ou seja, em vez de reconhecermos e assumirmos a nossa autoridade para realizar as mudanças necessárias ao nosso bem-estar, estamos a colocar esse poder nas mãos do outro.
Para deixarmos de sofrer e voltarmos a vibrar de alegria e entusiasmo pela Vida, temos de querer. Forçar-nos seja ao que for causa desgaste, frustração e é certamente ineficaz - porque não corresponde à nossa verdade emocional. Tem de haver dentro de nós uma vontade profunda de não sentir mais do mesmo, e de nos desligarmos das experiências que ainda nos fazem sofrer. Só escolhendo não continuar a alimentar essas emoções, retirando a nossa energia e foco dessas experiências, podemos deixar de sofrer.
Precisamos também de ser disciplinados e aprender aos poucos a controlar o nosso emocional, para que de cada vez que começarmos a repetir os antigos padrões, relembrarmos o nosso objetivo e focarmo-nos novamente no caminho…
E o caminho é sempre para a frente.
artigo do parceiro:Vera Vieira da SilvaFacebook https://www.facebook.com/runasdearaci

Artigo #2 na Revista Progredir

Se preciso de ser tolerante ... preciso de mudar algo em mim

Esta é a minha contribuição para a Revista Progredir do mês de Julho, dedicada à Tolerância, uma reflexão propositadamente controversa sobre a palavra, o conceito e a prática. Podem encontrar o meu artigo na página 45 da revista, ou alternativamene, neste link. Boa semana!

terça-feira, 23 de junho de 2015

Anna Netrebko & Rolando Villazón @ Paris 2007

Uma maravilha de concerto!

.. e nunca vi química em palco como a destes dois ;)



Anna Netrebko & Rolando Villazón - Paris 2007

Charles Gounod (1818-1893)
1. Romeo & Juliette "Ouverture" (Orchestre National de Belgique)
2. Romeo & Juliette "Je veux vivre" (Anna Netrebko)
3. Polyeucte "Source delicieuse" (Rolando Villazón)

Jules Massenet (1842-1912)
4. Manon "Toi! Vous!" (Saint Sulpice) (Anna Netrebko & Rolando Villazón)

Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893)
5. Eugene Oneguine "Polonaise" (Orchestre National de Belgique)
6. Eugene Oneguine "Kuda, Kuda" (Rolando Villazón)
7. Iolantha "Tvajo malchan'je nepan'atna" (Anna Netrebko & Rolando Villazón)

Georges Bizet (1838-1875)
8. Carmen "Prelude de l'acte IV" (Orchestre National de Belgique)

Giuseppe Verdi (1813-1901)
9. La Traviata "E strano... Ah! Fors'e lui... Sempre libera" (Anna Netrebko)

Reveriano Soutullo (1880-1932) & Juan Vert (1890-1931)
10. La del soto del Parral "Ya mis horas felices" (Rolando Villazón)

Federico Moreno Torroba (1891-1982)
11. Luisa Fernanda "Callate, Corrazon" (Anna Netrebko & Rolando Villazón)

Pietro Mascagni (1863-1945)
12. Cavalleria Rusticana "Intermezzo" (Orchestre National de Belgique)

Amilcare Ponchielli (1834-1886)
13. II Figliuol Prodigo "II Padre!... Tenda Natal" (Rolando Villazón)

Alfredo Catalani (1854-1893)
14. La Wally "Ebben, ne andro lontana" (Anna Netrebko)

Giacomo Puccini (1858-1924)
15. La Bocheme "O soave fanciulla" (Anna Netrebko & Rolando Villazón)

Manuel Penella (1880-1939)
16. El Gato Montes "Si torero quiero si..." (Anna Netrebko & Rolando Villazón)

Anna Netrebko, soprano
Rolando Villazón, tenor

National Orchestra of Belgium
Conductor: Emmanuel Villaume

Théâtre des Champs Elysées, Paris, March 28, 2007

(Fonte: Youtube)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Meus olhos van per la Mare....

Finalmente encontrei, depois de meses à procura!!!

Esta é a primeira música que se conhece em que é feita referência a Portugal. É do séc. XIV, de autor desconhecido, e a letra foi escrita em galaico-português.

Gostei tanto da primeira vez que a ouvi - cantada pelo Grupo Coral "O Tempo Canta" - que a melodia ficou gravada na minha memória. Uma preciosidade...


"Meus olhos van per la mare, 

mirando van Portugale. 

Meus olhos van per lo rio, 

buscando van Douro e Minho".


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Almada Negreiros

«Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam escritas, só faltava uma coisa - salvar a humanidade».

A Invenção do Dia Claro, de José de Almada Negreiros (1921)

sábado, 13 de junho de 2015

Vontade

"A vontade cria, pois a vontade em movimento é força,
e a força produz matéria".


Helena P. Blavatsky, Ísis sem Véu

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Audácia

"O que quer que você queira ou sonhe, ouse. 
A audácia contém genialidade, poder e mágica!”

Johann Wolfgang von Goethe



quarta-feira, 10 de junho de 2015

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto, sente-te sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
Para teu novo fado!

Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucaristia Nova. 

Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em jeito tal
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o Santo Graal!


"Mensagem", Fernando Pessoa
[III - O Encoberto] 

Foto: Vera Vieira da Silva

terça-feira, 9 de junho de 2015

O fascínio da 'Guerra dos Tronos'

Qual é o motivo de tão grande fascínio pela "Guerra dos Tronos"? Como é que uma série de apenas dez episódios por época, e largos meses de intervalo entre cada uma, consegue ter um público tão vasto, fiel e entusiasta? Qual é o segredo do sucesso desta série?

Desde os primeiros episódios, a Guerra dos Tronos soube cativar o público pelo interesse da narrativa, pelas emoções fortes e contraditórias que provoca, e por saber surpreender através de um enorme grau de imprevisibilidade. Algumas personagens em particular, e os seus destinos, ligam-nos irremediavelmente à Guerra dos Tronos, despertando o desejo de saber a que alturas chegarão um dia, desejo esse que tem sido por diversas vezes interrompido por mortes prematuras, algo comum nesta série. Tanto a morte, como a forma de morrer, são quase objecto de culto na Guerra dos Tronos. Há inclusive uma página oficial da série na Internet chamada ‘Beautiful Death’, com representações gráficas da morte de cada personagem.

Entre as muitas personagens interessantes da série, Daenerys Targaryen é uma das mais fascinantes e senhora de uma imensa coragem e instinto de sobrevivência. No primeiro episódio - e ainda uma menina - foi praticamente vendida pelo irmão ao temível guerreiro e líder dos Dothraki, Khal Drogo. Mas a sua incrível vontade de viver não deixou que se sentisse vítima por muito tempo. Com a ajuda dos conselhos de uma mulher mais experiente nas "artes do amor", Daenerys ganhou coragem e enfrentou Khal Drogo, tomando a dianteira... e chegando ao seu coração. A partir daí fomos testemunhas de uma bela - e trágica - história de amor. A expressão "My sun and stars... Moon of my life" não será esquecida pelos fãs desta série, nem a imagem de Daenerys a erguer-se das cinzas da pira funerária do seu amado, com três pequenos dragões ao colo, que eram já um mito na realidade da própria série.

Outras das mais adoradas personagens da Guerra dos Tronos é Jon Snow, o filho bastardo de Ned Stark, que inicialmente luta para encontrar o seu lugar na família do pai, e na última época ainda em exibição luta com os terríveis Whitewalkers, seres que se encontram algures entre o reino dos vivos e dos mortos. De incríveis instintos e a coragem de quem não tem nada a perder, Jon tem amor ao perigo (apaixonou-se pelo "inimigo") e um imenso coração, que encontra amizades improváveis entre os mais desfavorecidos e excluídos, como ele. Ou Tyrion Lannister, senhor de enorme astúcia, inteligência aguçada e um grande (e único) sentido de humor, que muito contrastam com o tamanho do seu pequeno corpo. Tyrion é surpreendentemente equilibrado e benevolente, sobretudo para alguém que foi excluído pela maior parte dos seus familiares desde a nascença e culpado da morte da mãe por esta ter morrido ao dá-lo à luz.

Mas uma das características mais interessantes da Guerra dos Tronos, e que a tornam muito realista, é o facto de ser difícil por vezes distinguir os "Maus" dos "Bons". Praticamente todos os personagens, até os mais adorados pelos fãs da série, têm frequentemente atitudes excessivas e condenáveis, mesmo que em alguns casos compreensíveis, por serem uma espécie de "mal menor". Alguns personagens, como Sandor Clegane, deixam os espectadores verdadeiramente confusos, porque ao mesmo tempo que são conhecidos por cometerem crimes odiosos e sacrificarem inocentes, são capazes de atitudes muito protectoras e até de auto-sacrifício por aqueles que (surpreendentemente) lhes tocaram o coração (Sansa e Arya Stark). Outros ainda, fazem-nos acreditar ser possível viver sem ter um coração a bater no peito (Joffrey, The Mountain, Ramsay).

Esta é uma série de imagens intensas, emoções fortes e um grau de violência muitas vezes no limite do suportável, levantando inúmeras questões relativamente ao entretenimento hoje em dia e à banalização da violência. Talvez um dos motivos do sucesso da Guerra dos Tronos seja a representação dos instintos humanos mais básicos, tão visíveis e reconhecíveis no mundo de hoje, e que têm as rédeas soltas nesta série: o desejo de dominar outros através do poder, da força, do dinheiro, do sexo e da argúcia. Estas questões apenas, dariam para encher de livros várias prateleiras, e decerto encherão um dia.

A série aborda ainda a questão do fanatismo religioso e da utilização da religião como meio em que tudo é justificável para se atingir um fim, apresentando ainda laivos do mítico combinados com a realidade (os dragões). Para bem e para mal, a Guerra dos Tronos apresenta personagens e histórias que simbolizam muitos dos problemas das sociedades actuais e representam as principais questões que assolam o mundo, ameaçando a coesão social e as liberdades individuais. 

A Guerra dos Tronos é uma série que ainda vai certamente fazer correr muita tinta na imprensa internacional, e muitas lágrimas de tristeza e de entusiasmo entre os seus fãs.


(Vera Vieira da Silva)

#guerradostronos #gameofthrones




segunda-feira, 8 de junho de 2015

Amar, na prática

Artigo publicado no Sapo Lifestyle>Astral em http://lifestyle.sapo.pt/astral/espiritualidade/artigos/amar-na-pratica

Amar, na prática



“O que é o Amor? Como reconhecê-Lo?” Estas devem ser algumas das perguntas de mais difícil resposta... Mas, quer no amor romântico, pela pessoa que temos ao nosso lado, quer no amor universal, por um desconhecido na rua, “amar” é um verbo de prática.
 
 

O mais essencial do Amor, talvez seja o facto deste se definir - sem nunca, realmente, se poder definir – como um verbo de ação. Amor que não é colocado em prática, nem em gestos, nem se reflete na realidade, é um amor feito de palavras, um romance de literatura.

Muitas vezes ouvimos que o Amor não espera nada do outro, mas é bem mais complexo que isso. Exigir amor daqueles que amamos, ou exigir manifestações de amor, não faz qualquer sentido, porque a exigência e o controlo são contra a essência do próprio Amor, que é a da dádiva, aceitação, vontade de conhecer o outro e se dar a conhecer, e a necessidade irresistível de dar amor a quem se ama.

Há contudo um ponto de equilíbrio entre o nada esperar e o nada receber: uma relação só faz sentido se o amor for recíproco, o que não significa que as pessoas amem da mesma forma e o demonstrem da mesma maneira ou com a mesma intensidade. Um amor em que não há compreensão, aceitação, entusiasmo e em que só um dá, talvez não seja digno desse nome.

Não podemos esperar que o outro seja igual a nós, esquecendo-nos que o que fomos buscar no outro inicialmente foi o que era diferente e nos complementava. O “complementar” e não “completar” faz total diferença aqui. Já todos ouvimos que não podemos esperar que o outro nos complete, e que temos de ser inteiros em nós mesmos para nos relacionarmos com outro ser (inteiro), e termos uma relação equilibrada e sadia. Mais uma vez, podemos ter a teoria toda, mas se não a colocarmos em prática, o que vai acontecer é uma relação de dependência, em que um precisa do outro para se sentir feliz por não ser capaz de se fazer feliz a si próprio.

O Amor Universal - o Amor pela Humanidade – é igualmente complexo, apesar de aparentemente parecer simples para muitas pessoas… Não é o Amor Universal em si que é complexo, mas é o senti-lo realmente, vivo no nosso interior, e vivenciá-lo verdadeiramente.

Ser capaz de sentir o Amor Universal dentro de nós é ser capaz de amar a Humanidade por inteiro, em cada um dos seus representantes, ou seja, é ser capaz de amar cada ser humano individualmente, cada pessoa que conhecemos e cada pessoa que não conhecemos. Significa também não criticar e julgar pessoas, povos, nações e culturas, atribuindo-lhes determinadas características (normalmente negativas), generalizando opiniões, distinguindo e separando.

Não é fácil amar aquela pessoa que nos deu um encontrão no metro para entrar antes das outras pessoas saírem, ou amar o vizinho que faz barulho e que por mais que seja avisado teima em por o volume do rádio alto a horas impróprias, ou amar aquele amigo que traiu a nossa confiança, ou amar o pai ou mãe quando por vezes, parece, só nos encontram defeitos.

Por outro lado, é fácil dizer que somos pela Paz & Amor, dizer que defendemos as crianças e os animais, dizer que somos espirituais por termos um momento de sossego e relaxamento na Ioga ou na igreja (ou mesquita, sinagoga, etc) depois de passarmos o dia a criticar os colegas, os familiares e outros tantos. Como encontrei uma vez na Internet, “não adianta fazer Ioga e não cumprimentar o porteiro”.

Por mais que seja impossível definir o Amor - e inútil, na verdade - porque Ele surge em múltiplas formas e adora disfarçar-se, há algo muito simples, através do qual podemos descobrir se estamos diante Dele: tudo o que provoque divisão, separação, dor profunda, mesmo que nos seja apresentado como pretenso amor, não o pode ser, porque o Amor, o verdadeiro, só quer unir, dar e gerar… Amor.

por Vera Vieira da Silva


artigo do parceiro: Vera Vieira da Silva 
 

domingo, 7 de junho de 2015

Leituras


As Runas são um oráculo com origens que remontam aos antigos povos germânicos. As Runas são utilizadas para adivinhação e para clarificar questões que precisamos de esclarecer e compreender nas nossas vidas. Como as Runas funcionam como uma espécie de espelho interior, as respostas que elas nos dão têm geralmente algo de familiar. A utilidade das Runas tornam o nosso inconsciente consciente - e isso faz toda a diferença.

Cada Runa corresponde a uma letra dos alfabetos rúnicos - o mais antigo, Elder Futhark, utilizado entre 250 a.C. e 500 d.C. - que foram os primeiros sistemas de escrita desenvolvidos e utilizados pelos povos germânicos. Todas as Runas tinham um nome e um som distinto, mas eram muito mais do que simples letras, com o sentido que hoje têm para nós. Uma Runa era considerada uma representação de um poder ou de um princípio cósmico, pelo que escrever ou pronunciar o nome de uma Runa era invocar e direccionar a força que esta representava.

Os antigos povos germânicos deixaram-nos este maravilhoso legado, que tem o poder de mudar a nossa percepção sobre situações complexas, experiências difíceis, e sobre a Vida, ajudando-nos a crescer em sabedoria e consciência.


Consulta de Runas


As Runas são uma poderosa ferramenta de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal, um veículo de comunicação de uma mensagem, que chega até nós por afinidade: o nosso próprio magnetismo atrai a resposta certa. Numa consulta, as Runas respondem ao esclarecimento pedido apresentando imagens simbólicas, que depois são interpretadas. Uma consulta de Runas tem a duração de cerca de 1 hora.

Leituras de Runas na Teorias d' Alma, em Algés, e na Sopro d' Alma, em Lisboa.

Mais informações e marcações de consultas através do email v.vieiradasilva@gmail.com ou da página no Facebook (As Runas de Araci).


Ter ou não ter opinão: eis a questão!

Nos últimos dias tenho andado num grande debate exterior e interior sobre a questão da opinião.

O que está em causa não é o direito à opinião, porque penso ser indiscutível que todo o ser pensante tem direito à sua opinião e a exprimi-la. A forma de exprimi-la, e o momento em que o faz... são outros assuntos.

Ter uma opinião sobre um assunto é algo natural e saudável, desde que não seja uma opinião herdada, emprestada, coagida, adquirida superficialmente, etc. Uma opinião - desde que seja realmente pessoal - é geralmente fruto de teorias e (pre)conceitos testados e validados (ou não) pelo tempo, estudo e pesquisa individuais sobre o tema e, preferencialmente, de experiências vividas.

George Lucas, criador da "Guerra das Estrelas", disse uma vez que um dos motivos porque criou esta saga foi para fazer os jovens pensarem sobre algumas das questões mais importantes da existência: qual é o sentido da Vida,  qual é a essência do Amor, se Deus existe (nos seus filmes representado pela "Força"), etc. Na opinião do realizador, todos deviam ter uma opinião sobre estes assuntos.

Concordo inteiramente com George Lucas. Passar pela vida sem que ela nos suscite opiniões sobre temas desta importância, é como viver à margem da vida, sem que nada realmente passe por nós e nos transforme, a não ser o tempo. 

Opinão não é sinónimo de certeza, nem de verdade. Há quem a expresse como se tal fosse, e esse facto dá-lhe por vezes uma conotação negativa. As opiniões são, por definição, interpretações pessoais. São reflexos de uma visão particular sobre o mundo e o resultado de uma experiência individual. 

Na opinião, o que está em causa não é a "verdade", sobretudo em assuntos como estes. Quem a conhece, para dizer qual ela é? Também não me faz muito sentido, na maioria das situações, dizer que uma pessoa está a impor a sua opinião a outra ou a influenciá-la, por estar a revelar-lhe a sua opinião. Saber a opinião de outros pode ser extremamente útil, desde que a pessoa em causa pense por si própria e tenha as suas próprias opiniões.

Por outro lado, é bom ser permeável às opiniões de outros - algo bem diferente de ser influenciável -, porque havendo permeabilidade existe abertura e humildade suficientes para se saber que há sempre aspectos que nunca considerámos, e reconhecer a experiência e a sabedoria de outros, criando espaço para aprender o que desconhecemos, desaprender o que nos limita, e reformular as nossas opiniões. Por outras palavras, a possibilidade de crescer e/a aprender, ou aprender e/a crescer. Ou ambos, e outros...

É a minha opinião ;)

Amor na Voz / Love in the Voice


"Quando cantarem esta canção pensem no mundo. (...) Sabem, isto é Amor, se colocarem um pouco de força na voz, para que o mundo consiga ouvi-lo".

"When you sing this song think of the world (...). You know, this is Love, if you use a little bit of strength, so that the world can hear it".


Yungchen Lhamo


terça-feira, 2 de junho de 2015

Faz!

Quando duvidares se és capaz de fazer algo, não tentes... faz!

Geralmente dizemos que não tentamos porque não sabemos se somos capazes de fazer algo, mas não... Tentar é não ter a certeza de querer fazer. Fazer, é que é ter a certeza de querer fazer.

Quando a vontade é grande o suficiente, é irresistível! ... ansiamos concretizá-la, mesmo correndo o risco de não conseguir o resultado desejado e frustrar as nossas expectativas.

Esta peça é para mim um símbolo do que não sabia se era capaz de fazer, e fiz... Do que achava que não era, e sou.

A beleza que vejo nesta peça, achava que não tinha dentro de mim. Mas as nossas mãos só podem moldar - como a boca só pode dizer - aquilo que está no nosso interior.

Outros olhos que a vejam, podem encontrar-lhe imperfeições... eu também encontro. Mas o que realmente vejo nesta peça, e em outras que fiz com o mesmo amor, é o amor que dei a mim própria, ao fazer esta peça.

Criando, dei a mim mesma a oportunidade de ver, através da minha criação, o amor que tenho no meu interior.

Então - quando duvidares se és capaz de fazer algo, não tentes... faz!



A mesma Luz / The same Light



"A mesma luz que brilha nas estrelas brilha na nossa inteligência, mas todas são centelhas de uma estrela única".

(Translation)
"The same light that shines in the stars shines in our intelligence, but all are sparks of a single star".

Henrique José de Souza




segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia de todas as Crianças!


A Criança é a semente, a esperança do porvir, o símbolo da eterna pureza de espírito, da curiosidade e da vontade de viver, crescer e ser feliz.

Feliz Dia das Crianças, e da Criança dentro de cada um de nós, 
todos os dias da nossa Vida!