quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Via do Meio




"Se apertares demasiado a corda ela parte-se, se não apertares o suficiente ela não toca"
Como diz Siddharta (o nome de Budha, antes de se tornar um Iluminado), estas simples palavras ditas por um mestre tocador de cítara ao seu aluno, contêm uma grande verdade...
Siddharta = "Aquele que traz o Bem" / Budha = "O Iluminado"

..."O caminho para a Iluminação (Enlightenment) está na Via do meio, é a linha entre todos os extremos opostos"
Siddharta, no filme O Pequeno Budha


terça-feira, 30 de outubro de 2007

Transparente


Quanta pressão pode uma pessoa colocar nos próprios ombros? Quanta é que aguenta? ...Quanto mais tentamos mostrar que não a sentimos, mais ela transparece...e mais transparentes nos tornamos...Quanto mais temos medo de errar, mais pressão colocamos em nós...e erramos mais. Para descontrair, é preciso ir além do medo; para acertar, é preciso aceitar que podemos falhar.

Ser transparente tem, como tudo o resto, aspectos positivos e negativos: por uma lado, as pessoas conhecem-nos, sabem-nos de cor, como um livro aberto; por outro, podemos ser tão transparentes, que há quem não consiga lidar com o que vê, não consegue acreditar...O que fazer? Vêem-nos, mas não crêem no que vêem! Será porque não crêem em si próprios, não estão/são seguros de quem são? A vida tem-me mostrado que as pessoas vêem o que querem ver...Mas temos de sair de nós para ver claramente, ou pelo menos imparcialmente. Se vemos através dos nossos medos e inseguranças, estamos a ver o nosso reflexo nas outras pessoas, mas não as estamos a ver de facto...











Como a água da nascente,
minha mão é transparente,
aos olhos da minha avó.
Entre a terra e o divino,
minha avó negra sabia
essas coisas do Destino.

(Rui Veloso, Transparente)


"Transparente", cantado por Mariza



* os vossos comentários são muito bem-vindos! *

sábado, 27 de outubro de 2007

Palavras




Sintra


Como gosto que tudo seja o mais belo possível, até escrever por vezes me custa, porque quero que as minhas palavras sejam poesia... mas "elas" só se tornam poesia quando elas querem, e não quando é essa a minha vontade... Pode ser que um dia consiga fazê-lo, por enquanto ainda não, longe disso... Mas o mais belo de tudo...é talvez esse caminho, a busca desse ideal, não tanto encontrá-lo... Por isso, se um dia as minhas palavras se tornarem poesia, talvez tenham perdido o seu encanto...

* os vossos comentários são muito bem vindos! *

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Yoda


O Yoda da Guerra das Estrelas / Star Wars é dos personagens mais interessantes e mais sábios que vi até hoje no cinema. Sobretudo pelas suas afirmações simples e certeiras...não é de estranhar, as coisas mais simples são as mais verdadeiras, as mais importantes, pois são conhecimento em essência.





Yoda: I am wondering, why are you here?
Luke: I'm looking for someone.
Yoda: Looking? Found someone, you have, I would say, hmmm?
Luke: Right...
Yoda: Help you I can. Yes, mmmm.
Luke: I don't think so. I'm looking for a great warrior.
Yoda: Ohhh. Great warrior.
[laughs and shakes his head]
Yoda: Wars not make one great.

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Luke: All right, I'll give it a try.
Yoda: No.
Try not. Do... or do not. There is no try.

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Luke: I don´t believe it!
Yoda: That, is why you fail.

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Yoda: How feel you?
Anakin: Cold, sir.
Yoda: Afraid are you?
Anakin: No, sir.
Yoda: See through you we can.
Mace Windu: Be mindful of your feelings.
Ki-Adi-Mundi: Your thoughts dwell on your mother.
Anakin: I miss her.
Yoda: Afraid to lose her I think, hmm?
Anakin: What has that got to do with anything?
Yoda: Everything! Fear is the path to the dark side. Fear leads to anger. Anger leads to hate. Hate leads to suffering. I sense much fear in you.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Representação



Desde que me conheço por gente que sempre fui fascinada por representação. Como é que um actor personifica determinada personagem, como a compõe? E quando a representa, o que põe nela de si próprio? Sente realmente o que diz, ri com a personagem, sofre com ela? E após representar uma cena muito intensa, ela afecta-o, consegue voltar "a si" rapidamente, ou fica sempre uma parte da personagem dentro dele? Afinal, a personagem é ou não é uma parte de si próprio? Provavelmente, se estas questões fossem colocadas a actores, haveriam respostas muito diferentes...porque as pessoas são diferentes, não pensam, sentem ou experienciam as coisas da mesma forma...aliás, essa é também uma das coisas mais maravilhosas dos seres humanos, a infinidade de possibilidades em que são capazes de pensar, e ser.

Encontrei na Wikipedia este texto sobre representação, que me pareceu muito interessante:

Affective memory, also known as 'emotional memory', is an element of Stanislavski's ‘system’ and of Method Acting, two related approaches to acting. Affective memory requires the actor to call on the memories he or she felt when they were in a situation similar (or more recently a situation with similar emotional import) to that of their character. Stanislavski believed an actor needed to take emotion and personality to the stage and call upon it when playing their character. He also explored the use of objectives, the physical body's effect on emotions and empathizing with the character.
"Emotional recall" is a the basis for Lee Strasberg's Method Acting. "Sense memory" is used to refer to the recall of physical sensations (instead of emotions). Many modern actors and actresses, however, believe that emotional recall is not authentic "acting".The argument is that the actor is meant to be imitating the character's emotions and not actually experiencing them. The general consensus, however, is that proper acting is a combination of many techniques, and that no actor should be restricted to one way of performing.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Affective_memory


"I know people think that acting is not quite the occupation of grown-ups, but it is actually the ultimate learning process: You get a multitude of experiences, all for the price of one life."
Natalie Dormer

domingo, 14 de outubro de 2007

Would You Be Happier?




Have you ever wondered where the story ends,
And how it all began? I do!

Did you ever dream you were the movie star
With popcorn in your hand? I did!

Do you ever fell you're someone else inside,
And no one understands, You are!

And wanna disappear inside a dream
But never wanna wake, Wake up...

Then you stumble on tomorrow,
And trip over today.
Would you be happier, if you weren't so un-together?
Would the sun shine brighter, if you played a bigger part?
Would you be wonderful, if it wasn't for the weather?
You're gonna be just fine.

Are you not afraid to tell your story now,
But everyone is gone, It's too late!
Why everything you've ever said or done
Not the way you planned, mistake...

So you promised that tomorrow
Be different than today.

Would you be happier, if you weren't so un-together?
Would the sun shine brighter, if you played a bigger part?
Would you be wonderful, if it wasn't for the weather?
You´re gonna be just fine,
I think you're gonna be just fine.

You're racing for tomorrow,
Not finished with today...

So don't worry baby,
You´re gonna be just fine
So don't worry honey,
You´re gonna be just fine.

Would You Be Happier, The Corrs

sábado, 13 de outubro de 2007

Quinto Império


Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa,
Da lareira a abandonar!

Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz -
Ter por vida a sepultura.

Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!

E assim, passados os quatro
Tempos de ser que sonhou,
A terra será teatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.

Grécia, Roma, Cristandade,
Europa - os quatro se vão
Para onde vai toda a idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D.Sebastião?


Fernando Pessoa, em Mensagem
Foto: imagem de satélite de uma nebulosa conhecida pelo nome "O Olho de Deus"

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Mistérios...















Henrique VIII e Ana Bolena Por ocasião da série "The Tudors" que está a passar na televisão portuguesa, tenho andado a navegar pela net em busca de mais informação sobre uma época e uma dinastia que me intriga. Quando aos meus 8 anos fui a Londres, e passei pela torre homónima, o meu Pai falou-me de algumas histórias sobre os fantasmas que a "assombram", e que mais do que assustar, me deixaram curiosa...felizmente apesar de termos medo do desconhecido, a nossa curiosidade pelo desconhecido é maior ainda, senão não aprendíamos quase nada!


Sobre Ana Bolena (cujo brasão da família coloquei à esquerda), a segunda das seis esposas de Henrique VIII, nascida na altura em que os portugueses chegavam ao Brasil, e mãe daquela que é considerada por muitos a maior rainha de sempre da Inglaterra - Isabel I (Elizabeth I) - , não se sabe muito... mas sabe-se o suficiente para despertar uma grande curiosidade até hoje, nem que seja pelo seu fantasma que alguns ainda dizem ver na Torre de Londres... Mas isso decerto não seria o suficiente para que diversos escritores, pintores, realizadores e até compositores a escolhessem ainda hoje como tema das suas obras... mistérios...

Deixo então o discurso proferido por Ana Bolena momentos antes da sua execução...É impressionante a sua calma e mais ainda, a sua bondade para com aquele que a mandou executar, o seu próprio marido, à partida, sob falsas acusações de adultério. O motivo talvez mais acertado seja o facto de Ana Bolena, por quem Henrique VIII havia sido profundamente apaixonado (ao ponto de se separar de Roma por o Papa não lhe dar permissão para se divorciar e casar com ela) não lhe ter conseguido dar um filho varão, herdeiro do trono, e entretanto este já ter em vista uma futura esposa... Diz-se que o executor de Ana Bolena ficou tão sensibilizado com ela que a enganou no momento de desferir o golpe fatal, para que esta não sofresse mais pela antecipação...



ANNE BOLEYN'S SPEECH AT HER EXECUTION

MAY 19, 1536, 8 O'CLOCK IN THE MORNING


Good Christian people, I am come hither to die, for according to the law, and by the law I am judged to die, and therefore I will speak nothing against it. I am come hither to accuse no man, nor to speak anything of that, whereof I am accused and condemned to die, but I pray God save the king and send him long to reign over you, for a gentler nor a more merciful prince was there never: and to me he was ever a good, a gentle and sovereign lord. And if any person will meddle of my cause, I require them to judge the best. And thus I take my leave of the world and of you all, and I heartily desire you all to pray for me. O Lord have mercy on me, to God I commend my soul.

After being blindfolded and kneeling at the block, she repeated several times: To Jesus Christ I commend my soul; Lord Jesu receive my soul.


Recorded by Edward Hall (spelling modernized)

Fonte: http://tudorhistory.org/primary/abexecution.html



P.S. - Deixo um link para um vídeo com cenas da série "The Tudors" que achei no Youtube e que me surpreendeu... A música de fundo ("Stolen", Dashboard Confessional) apesar de nada ter a ver com a época em questão, por algum motivo, parece encaixar-se perfeitamente...

* os vossos comentários são muito bem vindos! *

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pó de Estrelas


"Quando as estrelas explodiram há biliões de anos atrás elas formaram tudo o que existe neste mundo. Tudo o que conhecemos é pó de estrelas (stardust). Por isso não se esqueçam, vocês são pó de estrelas!" (Antes de Amanhecer / Before Sunrise)

Como as estrelas vêem a Terra...

You know when I said I knew little about love? That wasn't true. I know a lot about love. I've seen it, centuries and centuries of it, and it was the only thing that made watching your world bearable. All those wars. Pain, lies, hate... It made me want to turn away and never look down again. But when I see the way that mankind loves... You could search to the furthest reaches of the universe and never find anything more beautiful. So yes, I know that love is unconditional. But I also know that it can be unpredictable, unexpected, uncontrollable, unbearable and strangely easy to mistake for loathing ("Yvaine", do filme Stardust)