terça-feira, 30 de outubro de 2007

Transparente


Quanta pressão pode uma pessoa colocar nos próprios ombros? Quanta é que aguenta? ...Quanto mais tentamos mostrar que não a sentimos, mais ela transparece...e mais transparentes nos tornamos...Quanto mais temos medo de errar, mais pressão colocamos em nós...e erramos mais. Para descontrair, é preciso ir além do medo; para acertar, é preciso aceitar que podemos falhar.

Ser transparente tem, como tudo o resto, aspectos positivos e negativos: por uma lado, as pessoas conhecem-nos, sabem-nos de cor, como um livro aberto; por outro, podemos ser tão transparentes, que há quem não consiga lidar com o que vê, não consegue acreditar...O que fazer? Vêem-nos, mas não crêem no que vêem! Será porque não crêem em si próprios, não estão/são seguros de quem são? A vida tem-me mostrado que as pessoas vêem o que querem ver...Mas temos de sair de nós para ver claramente, ou pelo menos imparcialmente. Se vemos através dos nossos medos e inseguranças, estamos a ver o nosso reflexo nas outras pessoas, mas não as estamos a ver de facto...











Como a água da nascente,
minha mão é transparente,
aos olhos da minha avó.
Entre a terra e o divino,
minha avó negra sabia
essas coisas do Destino.

(Rui Veloso, Transparente)


"Transparente", cantado por Mariza



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