domingo, 7 de junho de 2015

Ter ou não ter opinão: eis a questão!

Nos últimos dias tenho andado num grande debate exterior e interior sobre a questão da opinião.

O que está em causa não é o direito à opinião, porque penso ser indiscutível que todo o ser pensante tem direito à sua opinião e a exprimi-la. A forma de exprimi-la, e o momento em que o faz... são outros assuntos.

Ter uma opinião sobre um assunto é algo natural e saudável, desde que não seja uma opinião herdada, emprestada, coagida, adquirida superficialmente, etc. Uma opinião - desde que seja realmente pessoal - é geralmente fruto de teorias e (pre)conceitos testados e validados (ou não) pelo tempo, estudo e pesquisa individuais sobre o tema e, preferencialmente, de experiências vividas.

George Lucas, criador da "Guerra das Estrelas", disse uma vez que um dos motivos porque criou esta saga foi para fazer os jovens pensarem sobre algumas das questões mais importantes da existência: qual é o sentido da Vida,  qual é a essência do Amor, se Deus existe (nos seus filmes representado pela "Força"), etc. Na opinião do realizador, todos deviam ter uma opinião sobre estes assuntos.

Concordo inteiramente com George Lucas. Passar pela vida sem que ela nos suscite opiniões sobre temas desta importância, é como viver à margem da vida, sem que nada realmente passe por nós e nos transforme, a não ser o tempo. 

Opinão não é sinónimo de certeza, nem de verdade. Há quem a expresse como se tal fosse, e esse facto dá-lhe por vezes uma conotação negativa. As opiniões são, por definição, interpretações pessoais. São reflexos de uma visão particular sobre o mundo e o resultado de uma experiência individual. 

Na opinião, o que está em causa não é a "verdade", sobretudo em assuntos como estes. Quem a conhece, para dizer qual ela é? Também não me faz muito sentido, na maioria das situações, dizer que uma pessoa está a impor a sua opinião a outra ou a influenciá-la, por estar a revelar-lhe a sua opinião. Saber a opinião de outros pode ser extremamente útil, desde que a pessoa em causa pense por si própria e tenha as suas próprias opiniões.

Por outro lado, é bom ser permeável às opiniões de outros - algo bem diferente de ser influenciável -, porque havendo permeabilidade existe abertura e humildade suficientes para se saber que há sempre aspectos que nunca considerámos, e reconhecer a experiência e a sabedoria de outros, criando espaço para aprender o que desconhecemos, desaprender o que nos limita, e reformular as nossas opiniões. Por outras palavras, a possibilidade de crescer e/a aprender, ou aprender e/a crescer. Ou ambos, e outros...

É a minha opinião ;)

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