segunda-feira, 26 de maio de 2008

O Mistério de Joana D'Arc (III)

continuação do post anterior...


A Libertação de Joana – “Ela pede ao bispo que a confesse e ele se nega, mas permite que outro o faça. É colocada numa carroça e conduzida ao mercado velho de Rouen, capital da Normandia, onde o cadafalso já estava erguido (…). Imediatamente após a leitura [da sua sentença de morte] Joana se ajoelha e perdoa a todos, seus algozes, os borgonheses e os ingleses, seus maiores inimigos, os juízes que a condenaram. Narram os livros que não houve quem não chorasse. A comoção foi total. Até os ingleses se comoveram. Em nenhum momento acusou Carlos VII de tê-la abandonado. Ao contrário, defendeu-o até o fim, dizendo que fizera tudo por livre e espontânea vontade. Aquela que lutou pelo povo e por seu rei e a quem o povo e o rei abandonaram, não mostrou ao morrer a não ser compaixão por eles. Atributo só dos fortes e dos heróis. Sabemos que perdoar não é mesmo para os fracos (…). Seus restos foram jogados ao Sena, mas curiosamente as entranhas e o co­ração de Joana D’Arc, a morada oculta de Brahma, o santuário de Deus no homem, este não queimou. Quantas não coincidências! Quantos mistérios! Restou o coração, grande demais para o fogo! Nobre demais para queimar!"


Final - "(…) Esta é a Joana que conhecemos, a heroína da França, lembrada na Revolu­ção Francesa, trezentos anos depois, evocada em todas as batalhas de Napoleão ea aclamada pela Resistência em 1945.
Mas possivelmente existam outras Joanas, escondidas, ocultas em nosso dia-a-dia, cheias de força e coragem, de amor e fé, vivendo seu próprio, silencioso e contido calvário. As Joanas anônimas das lavouras, dos barracos, dos becos, as Joanas das esquinas, das fábricas, as que jamais conheceremos.
Que o Eterno nos abençoe com mais seres como Joana D' Arc, mas que essencialmente possamos ser dignos de merecê-los e principalmente de reconhecê-los.”


Excertos do artigo “Joana D’Arc, A Donzela de Orlèans”, da autoria de Iara Fortuna, publicado na revista “Dhâranâ”, Revista de Ciência, Filosofia e Religiões Comparadas. (Ano 76, Edição 237, Novembro 2000)

A imagem do primeiro post (Joana visitada por um anjo) é parte integrante da mesma revista.



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