Está a chegar o tempo delas...
"A abóbora, em razão das suas inúmeras sementes, é, como a cidra, a laranja, a melancia, um símbolo de abundância e fecundidade. A maior parte das populações do norte do Laos teria nascido de abóboras pendentes do rebento axial do mundo. Verdadeiras cornucópias, as abóboras celestes dos Táis da Tailândia continham não só todas as espécies humanas mas ainda todas as variedades de arroz, bem como os manuais das ciências secretas. Fonte da vida, a abóbora é também o símbolo da regeneração. Por isso mesmo, para os taoístas, ela é símbolo e alimento de imortalidade. Foi graças a uma abóbora que o ancestral mítico dos chineses, Pan-ku (ou Fu-hi e Niu-kua) foi salvo do dilúvio. Pode ser, aliás, que Pan-ku tenha sido, ele próprio, uma abóbora. As abóboras crescem nas ilhas dos Imortais, mas elas permitem também alcançá-las, i.e., subir aos céus. Compreende-se então por que as sementes de abóbora são consumidas, como alimento de imortalidade, no equinócio da primavera, que é a época da renovação, do início da preeminência do yang. E por que as cabaças são postas no alto dos pavilhões de entrada das lojas das sociedades secretas; sinal de regeneração espiritual, de acesso à morada da imortalidade."
["Dicionário do Símbolos", de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant]
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